Performances Fabulosas
Laboratórios de criação e seus desenvolvimentos junto aos envolvidos, em sua maioria famílias: de amigos, pais e filhos, tios e sobrinhos,alunos de pedagogia, educadores. As primeiras ocorreram na unidade do Sesc Belem no mês de fevereiro de 2017, tive o convite de realizar oficinas que logo se desdobraram para laboratórios de criação e a permissão de performar pelas dependências do Sesc antes de cada sessão.
Por meio de instruções - palavras chave dadas aos participantes - tem inicio uma execução de ações:
- sensibilização do corpo por meio de jogos teatrais e de ordem sensorial, coletivas e individuais
- Vestir e viver os chamados fabulosos ( máscaras e vestimentas que podem conter asas, rabos, chifres, capas, sons)
A partir de cada corpo em contato com as ações, sua memória emerge de um contexto de repertório de gestos adormecido e ou condicionado pelas regras que nossos corpos e mentes são obrigados a obedecer, a libertação do gesto: eis a criação dos participantes.
Muitos se entregam aos exercícios, uma entrega ao que é brincar para um adulto.
O exercício da performance é um estado de brincar, uma suspensão do corpo cotidiano.
Exercícios de meditação são realizados com respiração consciente, com o corpo por meio da dança e da improvisação
- Exercício de tornar-se vento com os tule
- Dançar com as bexigas
Cada ser é um universo em si e tem direito a um tempo diferente, experimentar este tempo para depois equaliza-lo ao grupo. Nas atividades em que viram vento, não há limite de tempo e nem regras para a movimentação corporal, são exercícios do improviso onde pais e filhos passam a perceber o seu corpo e o do outro, os gestos do familiar neste laboratório de improvisação.
Os participantes conversam pelo corpo, se reconhecem pelo gesto
Sobre o medo
Os fabulosos são criados a partir de uma raiz dos sonhos, da fantasia e do medo, enfrentar um fabuloso é enfrentar um desconhecido estranhamente familiar pois eles vem de símbolos de civilizações antigas, sendo o conhecimento e a experiência formados por coisas ruins e boas, os pais tem a oportunidade de ajudar as crianças a enfrentar os seus medos diante daquele fabuloso.
Performei em todas as áreas da unidade, o diálogo era mais o de espelho ( os movimentos que eu fazia eram repetidos e depois recriados pela criança pequena e as vezes com algum adulto, principalmente terceira idade), foi um misto de exercícios e brincadeiras: dançar, agitar tecidos, sentir o vento, brincar de perseguir quem estivesse me desafiando, agachar quando alguém estivesse com muito medo...
Foram intervenções realizadas em lugares de passagem, encontros rápidos mas de entrega por parte dos participantes.